segunda-feira, 5 de agosto de 2019

BRINCANDO COM A MORTE


O Filomeno  era o Rei da mentira. No trabalho, em casa, pros amigos, não tinha um pingo de vergonha na cara, uma vez sim e outra não lascava alguma em que o pessoal acabava acreditando que era verdade.
Apreciador de um goró dos buenos, vivia pelos botecos do centro na base do pito e do trago, contando chalaças e charamusqueando no meio dos borrachos com a maior facilidade.
Vez por outra no emprego matava um parente, que é claro, não morria, era só pra tapar os furos que deixava talvez pelas noitadas de borracheiras homéricas na Volta da Cobra.E era velório da mãe, da tia, da avó, até do pai.
Certa feita depois de uns três dias desaparecido formou-se um comitê em busca do Filomeno que não dava sinal nem pelo celular,tampouco mandou recado de mais um parente falecido repentinamente.
Uns achavam que estava hospitalizado, percorreram todos os locais possíveis, os bares, os mocós e até a delegacia de polícia. Só faltaram ir no IML pra reconhecimento de um provável cadáver.
Finalmente resolveram procurá-lo pelas redondezas onde morava porque em casa nem o telefone atendia... e não é que foram recebidos adivinhem por quem? pelo próprio pai do Filomeno, aquele que ele  havia "matado" em um momento qualquer daqueles em que tinha dado um chá de sumiço !
Bueno, depois dessa presepada, Filomeno pra não ficar mal perante à chefia e colegas, se reinventou como um ser depressivo ( depois, é claro, de assistir em um programa de televisão onde o assunto era Depressão) . Só que o dito cujo em inquisição feita por um dos amigos , mais resbaloso que um muçum ensaboado, disse que não havia consultado médico, mas se automedicou com um comprimidinho branco que nem lembrava  nome.E cada vez  mais se enrolando na mentira parecia uma cobra mal matada saltando daqui e dali à cada pergunta do parceiro.
Prá não judiar mais, o Aristóteles colega do Dromedário, assim era o apelido do Filomeno por causa da sede eterna acalmada somente com alguns frascos da bem gelada e espumosa cevada, resolveu deixar prá lá depois de um ataque de riso provocado por tanta cara de pau.
Como diz o ditado: "cachorro comedor de ovelha,  só matando".... então a companheirada  conhecedora das manhas do Filomeno, está aguardando o  próximo capítulo da novela "Brincando com a morte". Até lá !

sexta-feira, 7 de junho de 2019

O RETORNO

O retorno de um outro País...
Lá no Itapuã  que eu considero um outro país, cada dia é diferente, porque no teatro ao ar livre da natureza, milhares de pássaros das mais diversas espécies cantam para mim.
Os  bugios avisam quando vai chover, a cachorrada faz festa toda vez que eu saio e volto como se tivesse passado um ano fora. Os gatos conversam comigo na linguagem que só quem tem entende.
As lebres vem comer bem na frente da casa à noitinha, os lagartos disputam maçãs e verduras que deixo estrategicamente para eles nos fundos da casa,  as perdizes fazem ninho bem na frente do portão de entrada e se camuflam pra que ninguém as veja, e atacam se chegares perto. É a mãe defendendo os filhotes.
Deus o livre se enxergar uma arapuca. Desmancho na hora !
Desde guria sou assim. Em vez de brincar com bonecas eu fazia dos filhotes de cães os meus bebês, botava fralda, ninava, dava mamadeira.
À noite lá na "Arvorezinha" em Bagé, nos juntávamos ao redor do fogo para debulhar milho, depois dormir num catre à luz de lampião e no amanhecer  tomar um bom café com carne de ovelha e saír para camperear, depois de tardezita buscar água no açúde com o petiço pipeiro. Lembro até hoje do barulho do cavalito sorvendo aquela límpida água entre os águapés.
Uma vez saí pro campo e voltei  com muitos passarinhos ainda filhotinhos que tirei dos ninhos, Achei que seria melhor trazê-los para dentro do galpão. Apanhei de palmatória !
Mas o que eu adorava, era passear pelo povo na  charrete ( aranha) puxada pela égua tordilha do meu pai.  Eu também tive  um zaino que me levava nas brincadeiras de "bandido e mocinho"  por entre as sina-sinas e maricás,  municiada dos meus revólveres dágua.
Tenho marcas até hoje nos joelhos de esfolar nos tombos, nas escaladas de árvores pra fazer "casinha de Tarzan", nas queimaduras dos maranduvás , nas picadas de abelhas ou camoatins quando resolvíamos atazanar os bichinhos batendo nas cachopas com um pedaço de pau. Coisa de guri(a)!
Quando decidi  cambiar a vida  na cidade grande, foi a melhor coisa que fiz para meu bem estar. E foi assim que passei minhas férias. No meu reduto, no espaço que escolhi junto à uma área de preservação justamente para me preservar dos desassossegos do dia á dia.
Muita gente acha longe o meu lugar. Pra mim o longe é perto. E muitas vezes nos amanheceres e entardeceres da minha querência me vou através do pensamento aos tempos da minha meninice.
 Quem tem raízes plantadas na terra não se afasta jamais do seu chão e com uma vantagem, eu encosto o céu com a mão e toco as estrêlas e  me sinto dona desse mundão de Deus. 


quinta-feira, 5 de julho de 2018

VI TUDO E... NÃO VI NADA "

Vi tudo e não vi nada!
Saibam que o Departamento de Polícia de Troy, no estado americano de Michigan, elegeu um “gato policial” e, agora, por questões de saúde do felino, teve que trocar seu agente, então, a gatinha Donut assumiu o posto, com funções de trabalhar como animal terapeuta e fazer aparições públicas em eventos do departamento.
Em São Petersburgo, no Museu Hermitage, um dos muitos gatos que habitam o lugar, que foi o antigo Palácio Imperial de Inverno, previu corretamente os resultados durante os jogos da Copa das Confederações, em 2017. O gato Achilles está sendo apontado como o “gato vidente” que promete prever os resultados da Copa do Mundo da Rússia, mas com um detalhe: o felino é surdo e isso nos garante que ele não vai ser distraído pelos jornalistas ao fazer suas “previsões”, escolhendo entre duas tigelas de comida, cada uma representando um time.
Já em Rhode Island (Estados Unidos), numa clínica geriátrica, vive o tranquilo e peludo Oscar que tem o hábito de passear de quarto em quarto, observando e cheirando com cuidado cada paciente do lugar. Vez por outra ele se chega mais a um dos idosos visitados.
Vai, então, com delicadeza, enquanto ronrona, roçando com o focinho no escolhido. É sinal de que aquela pessoa está prestes a morrer. O gato se instala e permanece ali até que a pessoa dê o último suspiro.
Eu, por minha vez, já que possuo sete gatinhos, gostaria de chamar a atenção e destacar a força das energias sutis que a antena sensível de todos os gatos é capaz de captar. Não dá para não concordar com Shakespeare, há mesmo muitas coisas entre o Céu e a Terra.
Ananda Müller, que é gateira que nem eu, sabe o quanto eles são personais, são eles que nos escolhem e realmente possuem uma sensibilidade foram do comum. Desde a antiguidade, os povos egípcios os adoravam atribuindo a uma deusa felina o poder de unir o céu e a terra, representados pelos deuses Ísis e Osíris.
Escritores se identificam com os gatos, porque, como eles, esses felinos são introspectivos e amigos do silêncio. Charles Baudelaire adorava gatos e a eles dedicou famosos poemas e muitas horas de contemplação, sendo criticado por lhes dar mais atenção do que à sua família. Edgar Allan Poe, considerado um dos contistas mais admirados na literatura universal, escreveu “O Gato Preto”, em que mostra a dualidade no homem: afetividade e perversidade.
A conhecida lenda de Charles Perrault, o “Gato de Botas”, é a herança recebida pelo filho mais novo de um moleiro, o qual, inicialmente decepcionado, irá perceber que um amigo leal e espirituoso vale muito mais do que as riquezas que poderia ter recebido. Lewis Carrol eternizou o gato Cheshire numa personagem sorridente e filosófica que dialoga com Alice no País das Maravilhas, enquanto some e reaparece. É através dele que a menina consegue compreender um pouco do que acontece com ela.
Lá na Estância do Planalto, tá assim de graxaim, mas o que impera mesmo por lá é um baita gatil… isto é, uma criação de gatos que se aquerenciaram também por Curitiba… desmerecendo a raça, porque esses são daqueles que metem a mão fundo no que é nosso, roubam até comida da mesa dos outros, entre outras cositas más.
Pois não é que inventaram até um Bolão… tipo “O Gato da Copa”… na liderança, o inabalável zagueiro espanhol Gerard Piqué; logo atrás, o croata Duje Çaleta-Car; e, em terceiro, o nosso goleiro Alisson! Eu já prefiro ficar com a escolha dos nomes mais bizarros desta Copa cujos gatinhos são:
GOTOKU SAKAI
SHINGI KAGAWA
YUIA OSAKO
TOMOAKI MAKINO
E tenho dito! Arigatô. Saionara! Realmente vi tudo e não vi nada!
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terça-feira, 3 de julho de 2018

LENHA NA FOGUEIRA

Quando a Primavera chegar, junto, na bagagem, vem a Feira do Livro de Porto Alegre. E não é que outro dia se instaurou uma polêmica sobre uma taxa de cobrança absurda pela Intendência para que ela aconteça?! Daí me lembrei do distópico romance de ficção científica soft – Fahrenheit 451, de Ray Bradbury – escrito nos anos iniciais da Guerra Fria e publicado pela primeira vez em 1953, que “aventaja” um futuro onde todos os livros são proibidos, opiniões próprias são consideradas antissociais e hedonistas, e o pensamento crítico é suprimido.
A figura em destaque é Guy Montag, um”bombeiro” que na história significa “queimador de livros”. O número 451 é a temperatura (em graus Fahrenheit) da queima do papel, equivalente a 233 graus Celsius. O romance foi submetido a várias interpretações ao longo do tempo, primeiramente focadas na queima de livros pela supressão de ideias dissidentes, e, segundo o autor, Fahrenheit 451 não trata de censura, mas de como a televisão destrói o interesse pela leitura.
O cenário da história é um futuro inespecífico em uma América hedonista e anti-intelectual que perdeu totalmente o controle, onde jovens totalmente descontrolados, jogam carros contra pessoas apenas por divertimento, e o bombeiro ajusta seu cão de caça mecânico para caçar animais em suas tocas, apenas pelo simples e grotesco prazer de assisti-los morrer. Qualquer um que é pego lendo livros é, no mínimo, confinado em um hospício. Quanto aos livros, são considerados ilegais e, uma vez encontrados na posse de alguém, são queimados pelos “bombeiros”.
A “metamorfose” de Guy Montag, é ilustrada através da história mostrando claramente a distopia aos olhos, ora de um leal trabalhador, outrora de um homem em conflito e um outro já totalmente liberto psicologicamente. As distopias são geralmente caracterizadas pelo totalitarismo, autoritarismo, por opressivo controle da sociedade.
“Sabujo” é o cão de caça mecânico do livro, focado somente na destruição para a qual é programado, para caçar e matar livres-pensadores seguindo-os apenas por seu olfato. Uma máquina de oito patas desprovida de sentimentos. O romance se encerra com um leve tom otimista. É dito que a sociedade que Montag conheceu foi quase totalmente dizimada, e uma nova sociedade estaria nascendo de suas cinzas, com um destino ainda desconhecido. Nesse novo mundo, as pessoas que liam livros de forma outrora oculta começam a revelar-se, explicando a todos os demais de onde vieram de que forma o conhecimento que detêm poderá transformar a vida de todos de forma positiva.
Bueno, por que assuntar este tema? Porque a Feira do Livro está chegando por aí com taxa ou sem taxa… porque o livro é alimento para a alma… e mesmo que uma matilha de “Sabujos” e um batalhão de bombeiros ao estilo Guy Montag queiram colocar lenha na fogueira e consumir a Feira que pulsa em uníssono com o coração da Praça da Alfândega, ela não vai se consumir no fogo das vaidades e ganâncias daqueles que criam departamentos de Criação de Eventos e impõem taxas absurdas para os defensores da arte e da cultura deste Porto não muito Alegre, mas que é demais!

terça-feira, 19 de junho de 2018

MAS QUE FUTEBOL, QUE NADA !


Cheguei à conclusão de que não entendo nada de futebol e gostaria de ser mais atilada e opinar de forma ativa da prosa quando meu marido e seus amigos assuntam durante a transmissão de uma partida, ainda mais agora que estamos no meio de um campeonato mundial. Não sei o que é série A, série B, o que é e pra que serve a Libertadores. Não sei nada, ouço discussões por horas e não consigo me encontrar nesse alvoroto todo. Me dá um ajutório aí Nando Gross, que és um expert no assunto e me dá a barbada de uma forma fácil de entender os principios básicos do mundo futebolístico.
Gostaria de um dia poder discutir sobre quais são as revelações, quem são os destaques, quem teve o melhor amague, o mais caborteiro, ou que amadrinhou melhor o meia pra encaçapar um gol, enfim. E dar pitacos sobre quem será o novo Neymar, o próximo goleiro daqui a 2 anos e coisa e tal, ter essa visão de forma simples.
O que posso opinar é que a atitude daquele lorpa, treinador da Alemanha, repetida e repercutida no jogo disputado com o México, e pior, pelas câmeras do mundo inteiro, cavocando no nariz ou cheirando o sovaco, me tapou de nojo. Lá vou eu saber o que é impedimento, pênalti, às vezes penso que é, mas não é... e as expressões, então, são das mais botadas. É preciso um champolion para decifrar: bicicleta, cama-de-gato, carretilha, carrinho, cavadinha, chaleira, chapéu, chocolate, deixadinha, drible-da-vaca. Lá em Bagé se dizia díble, frango, firula, pedalada, peixinho, trivela... Sei lá... Até namorei jogador de fu tebol pra ver se aprendia, mas necas... Aprendi muita coisa, mas de futebol nada...
E olha só estas preciosidades das Copas do Mundo: em 1938, Leônidas da Silva marcou um gol descalço e o Brasil venceu a Polônia por seis a cinco. Escobar, zagueiro colombiano, foi assassinado por ter feito gol contra na Copa de 94 nos Estados Unidos. Aos 42 anos e trintas e nove dias, Milla marcou o único gol da Seleção de Camarões contra a Rússia em 1994 e tornou-se o jogador mais velho a balançar as redes em Copas do Mundo. Em 1982, na Copa da Espanha, o Sheik do Kuwait, Al Sabah, invadiu o campo para pedir anulação de um gol da França contra a sua seleção e conseguiu.
E matando uma curiosidade: pelada é o nome dado aqui no Brasil a uma partida amigável de futebol com regras livres, normalmente sem a preocupação com tamanhos de campo, condição dos equipamentos e uniformes, marcações básicas, entre outros aspectos, ao contrário do futebol profissional. Sobre a origem do nome, existem algumas versões para a existência deste termo. Porém, na etimologia, estudo da origem e da evolução das palavras, acredita-se que a palavra possa ter sido derivada do latim, associada a uma metáfora já absorvida no uso comum da língua. “Pelada tem origem controversa, talvez de péla, do Latim pilella, diminutivo de pila, bola, novelo de lã. Assim, independente das versões populares, o termo pelada no futebol nada tem a ver com mulher nua, como muitos acreditavam.
Mas continuo não entendendo nada de futebol, porém, uma coisa eu sei... Não é difícil o ídolo Neymar chamar a atenção da galera, né? Seja pelos desempenhos em jogos de futebol (e agora com a Copa), pelo namoro bumerangue com Bruna Marquezine e até mesmo pelos… cabelos! Vira e mexe, o craque investe em cortes e penteados icônicos. Este último, A la pucha... mais parece um ninho de mafagafos com muitos mafagafinhos... Bueno, gosto é gosto, já dizia uma véia comendo sabão pensando que era queijo. E tenho dito!!!

quinta-feira, 14 de junho de 2018

"TÁ DE TRINCÁ O OSSO DA CABEÇA" !

Pois acostumada que sou a quebrar geada desde guria não me achico com qualquera arzitofresco! Mas tem gente que me parece sempre insatisfeita com a temperatura. Reclamam quando está calor, se afetam quando faz frio. São uns atempados mesmo!
Aqui na redação temos duas brilhantes jornalistas que têm predileção pelo ar condicionado bem gelado em dias de calor. São elas: a Jéssica Moraes e a Ananda Müller, que ao nascerem, em vez de chorar com a palmadinha do médico, já saíram lascando… em linguagem “bebezística”: “mas bah que tá caliente aqui!!!”. Já pensei em pedir ao Nando Gross para pautar as duas em matérias no Alasca ou na Sibéria. Enquanto que o colega Luís Lessa Tosca não abre mão da calentura ambulante de sua estufinha que funciona a todo trapo até num bafor de 58º! O que nos leva a crer que o nobre colega seja a própria reencarnação do  “abominável homem das neves”!
Nestes dias gélidos de trincá o osso da cabeça, o bom mesmo para aquecer o ambiente é um fogão à lenha e em riba dele um panelão do tamanho do Rio Grande borbulhando um puchero “sustancioso”, um mocotó daqueles de grudar o beiço, um pinhãozinho na chapa e o bom e gostoso milho assado na brasa. Coisas da minha infância lá na fronteira e que conservo e pratico lá “nas casa” em Itapuã.
Mas mesmo com esse tempito loco, os ciclistas andejam na madrugada pedalando contra o vento da orla do Guaíba, sem lenço nem documento… bota coragem nisso! E na madrugadita, quando me bandeio aqui para a Rádio Guaíba, cruzo por dois idosos que se perpetuaram no tempo e no espaço, e que em vez de sacudirem os ossos nos bailes da terceira idade, que é de tarde quando o solzito está a pleno, gastam a sola da bota em caminhadas pela volta do Gasômetro.
E a gente se veste parecendo uma réstia de cebola e, conforme vai esquentando, vamos descascando: casacos, jaquetas, blusões, camisetinhas, enfim… É tanto pano que mal dá pra se mover.
Na real, eu gosto do inverno. Acho que um aconchego à beira da lareira em boa companhia e molhando a palavra com um bom vinho tem o seu valor. Temos mais tempo para pôr a leitura em dia, uma prosa buena com a família, rodeada dos animaizinhos de estimação. Lá em casa não rola o jargão: tá frio de renguear cusco.
Aproveitando o mote, vamos apartar o que temos sobrando no guarda-roupas. A Capital está lotada de moradores de rua, necessitados de um abrigo, de roupas quentes. Vamos fazer uma limpa no que não nos serve mais e fazer doação nos lugares de arrecadação.
Aqueça seu coração… o frio é só um estado de espírito…

quinta-feira, 7 de junho de 2018

NÃO SEI SE CASO OU COMPRO UMA BICICLETA



“Não sei se caso ou compro uma bicicleta”. Esse ditado é antigo e eu, particularmente, depois de uma grande falta de equilíbrio e habilidade, resolvi casar, mas tenho uma certa inveja de quem pedala e “não vai prá chirca”, como se diz lá no Itapuã… Eu, se pegar uma bike, dou uma pedalada e me vou aos maricás e me tapo de espinhos… Pois a Magrela está em todas: “na rua, na chuva, na fazenda…”.
Com a profusão de carros nas grandes cidades houve o resgate desse antigo meio de transporte tão saudável. Bueno, o caso é que a bicicleta não é simplesmente uma alternativa para o trânsito nas grandes cidades. É, desde muito antes, o meio de transporte do futuro, pois quando surgiu, não havia toda essa problemática que os automóveis nos trouxeram, um “mundaréu” de gente, e um “tendéu” de fumaça. A velha Magrela é “buenacha” uma barbaridade e, de tão bem que nos faz, é a solução contra o mal.
Uns assuntam por aí que a bicicleta foi inventada por Da Vinci; outros dizem que foram monges chineses ou ainda que foi um tal “dum” relojoeiro alemão.
Pedalar é a prática do exercício da liberdade, pois o cenário vai trocando figurinhas e tudo se modifica sem tornar-se repetitivo, com o vento na cara e sol ou chuva no tampo da cabeça, não importa, sendo suas pernas a causa-efeito de toda a magia. Uma espécie de limpeza energética do vivente!
A bicicleta se presta de modo a melhorar as condições ambientais e de mobilidade. Todos deveríamos trocar pelo menos uma vez por semana o carro por uma Magrela… Executivos de terno e gravata descontraidamente pedalando, políticos e um bando de assessores e seus eleitores numa verdadeira “tropa de elite da bike“. Nós, locutores e apresentadores, virmos até a Rádio Guaíba com nossas bikes para fortalecer os pulmões para uma boa locução. Sugestão para aqueles que moram um tantinho “lejos” do Centro Histórico. As gurias vão ficar em melhor forma e os guris vão desanuviar as cacholas privilegiadas com tanta paisagem bonita pelo caminho.
Eu venho de bus porque não me afirmo na Magrela, não tenho “vaquia”, sou um zero à esquerda no cabo da pedalada. Pedalada pra mim? Só nos papagaios, mas aqueles que não possuem asas nem penas…

BRINCANDO COM A MORTE

O Filomeno  era o Rei da mentira. No trabalho, em casa, pros amigos, não tinha um pingo de vergonha na cara, uma vez sim e outra não lasca...