quinta-feira, 5 de julho de 2018

VI TUDO E... NÃO VI NADA "

Vi tudo e não vi nada!
Saibam que o Departamento de Polícia de Troy, no estado americano de Michigan, elegeu um “gato policial” e, agora, por questões de saúde do felino, teve que trocar seu agente, então, a gatinha Donut assumiu o posto, com funções de trabalhar como animal terapeuta e fazer aparições públicas em eventos do departamento.
Em São Petersburgo, no Museu Hermitage, um dos muitos gatos que habitam o lugar, que foi o antigo Palácio Imperial de Inverno, previu corretamente os resultados durante os jogos da Copa das Confederações, em 2017. O gato Achilles está sendo apontado como o “gato vidente” que promete prever os resultados da Copa do Mundo da Rússia, mas com um detalhe: o felino é surdo e isso nos garante que ele não vai ser distraído pelos jornalistas ao fazer suas “previsões”, escolhendo entre duas tigelas de comida, cada uma representando um time.
Já em Rhode Island (Estados Unidos), numa clínica geriátrica, vive o tranquilo e peludo Oscar que tem o hábito de passear de quarto em quarto, observando e cheirando com cuidado cada paciente do lugar. Vez por outra ele se chega mais a um dos idosos visitados.
Vai, então, com delicadeza, enquanto ronrona, roçando com o focinho no escolhido. É sinal de que aquela pessoa está prestes a morrer. O gato se instala e permanece ali até que a pessoa dê o último suspiro.
Eu, por minha vez, já que possuo sete gatinhos, gostaria de chamar a atenção e destacar a força das energias sutis que a antena sensível de todos os gatos é capaz de captar. Não dá para não concordar com Shakespeare, há mesmo muitas coisas entre o Céu e a Terra.
Ananda Müller, que é gateira que nem eu, sabe o quanto eles são personais, são eles que nos escolhem e realmente possuem uma sensibilidade foram do comum. Desde a antiguidade, os povos egípcios os adoravam atribuindo a uma deusa felina o poder de unir o céu e a terra, representados pelos deuses Ísis e Osíris.
Escritores se identificam com os gatos, porque, como eles, esses felinos são introspectivos e amigos do silêncio. Charles Baudelaire adorava gatos e a eles dedicou famosos poemas e muitas horas de contemplação, sendo criticado por lhes dar mais atenção do que à sua família. Edgar Allan Poe, considerado um dos contistas mais admirados na literatura universal, escreveu “O Gato Preto”, em que mostra a dualidade no homem: afetividade e perversidade.
A conhecida lenda de Charles Perrault, o “Gato de Botas”, é a herança recebida pelo filho mais novo de um moleiro, o qual, inicialmente decepcionado, irá perceber que um amigo leal e espirituoso vale muito mais do que as riquezas que poderia ter recebido. Lewis Carrol eternizou o gato Cheshire numa personagem sorridente e filosófica que dialoga com Alice no País das Maravilhas, enquanto some e reaparece. É através dele que a menina consegue compreender um pouco do que acontece com ela.
Lá na Estância do Planalto, tá assim de graxaim, mas o que impera mesmo por lá é um baita gatil… isto é, uma criação de gatos que se aquerenciaram também por Curitiba… desmerecendo a raça, porque esses são daqueles que metem a mão fundo no que é nosso, roubam até comida da mesa dos outros, entre outras cositas más.
Pois não é que inventaram até um Bolão… tipo “O Gato da Copa”… na liderança, o inabalável zagueiro espanhol Gerard Piqué; logo atrás, o croata Duje Çaleta-Car; e, em terceiro, o nosso goleiro Alisson! Eu já prefiro ficar com a escolha dos nomes mais bizarros desta Copa cujos gatinhos são:
GOTOKU SAKAI
SHINGI KAGAWA
YUIA OSAKO
TOMOAKI MAKINO
E tenho dito! Arigatô. Saionara! Realmente vi tudo e não vi nada!
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terça-feira, 3 de julho de 2018

LENHA NA FOGUEIRA

Quando a Primavera chegar, junto, na bagagem, vem a Feira do Livro de Porto Alegre. E não é que outro dia se instaurou uma polêmica sobre uma taxa de cobrança absurda pela Intendência para que ela aconteça?! Daí me lembrei do distópico romance de ficção científica soft – Fahrenheit 451, de Ray Bradbury – escrito nos anos iniciais da Guerra Fria e publicado pela primeira vez em 1953, que “aventaja” um futuro onde todos os livros são proibidos, opiniões próprias são consideradas antissociais e hedonistas, e o pensamento crítico é suprimido.
A figura em destaque é Guy Montag, um”bombeiro” que na história significa “queimador de livros”. O número 451 é a temperatura (em graus Fahrenheit) da queima do papel, equivalente a 233 graus Celsius. O romance foi submetido a várias interpretações ao longo do tempo, primeiramente focadas na queima de livros pela supressão de ideias dissidentes, e, segundo o autor, Fahrenheit 451 não trata de censura, mas de como a televisão destrói o interesse pela leitura.
O cenário da história é um futuro inespecífico em uma América hedonista e anti-intelectual que perdeu totalmente o controle, onde jovens totalmente descontrolados, jogam carros contra pessoas apenas por divertimento, e o bombeiro ajusta seu cão de caça mecânico para caçar animais em suas tocas, apenas pelo simples e grotesco prazer de assisti-los morrer. Qualquer um que é pego lendo livros é, no mínimo, confinado em um hospício. Quanto aos livros, são considerados ilegais e, uma vez encontrados na posse de alguém, são queimados pelos “bombeiros”.
A “metamorfose” de Guy Montag, é ilustrada através da história mostrando claramente a distopia aos olhos, ora de um leal trabalhador, outrora de um homem em conflito e um outro já totalmente liberto psicologicamente. As distopias são geralmente caracterizadas pelo totalitarismo, autoritarismo, por opressivo controle da sociedade.
“Sabujo” é o cão de caça mecânico do livro, focado somente na destruição para a qual é programado, para caçar e matar livres-pensadores seguindo-os apenas por seu olfato. Uma máquina de oito patas desprovida de sentimentos. O romance se encerra com um leve tom otimista. É dito que a sociedade que Montag conheceu foi quase totalmente dizimada, e uma nova sociedade estaria nascendo de suas cinzas, com um destino ainda desconhecido. Nesse novo mundo, as pessoas que liam livros de forma outrora oculta começam a revelar-se, explicando a todos os demais de onde vieram de que forma o conhecimento que detêm poderá transformar a vida de todos de forma positiva.
Bueno, por que assuntar este tema? Porque a Feira do Livro está chegando por aí com taxa ou sem taxa… porque o livro é alimento para a alma… e mesmo que uma matilha de “Sabujos” e um batalhão de bombeiros ao estilo Guy Montag queiram colocar lenha na fogueira e consumir a Feira que pulsa em uníssono com o coração da Praça da Alfândega, ela não vai se consumir no fogo das vaidades e ganâncias daqueles que criam departamentos de Criação de Eventos e impõem taxas absurdas para os defensores da arte e da cultura deste Porto não muito Alegre, mas que é demais!

BRINCANDO COM A MORTE

O Filomeno  era o Rei da mentira. No trabalho, em casa, pros amigos, não tinha um pingo de vergonha na cara, uma vez sim e outra não lasca...